Você já deve ter ouvido que quem tem diabetes tem risco aumentado de doenças cardiovasculares. E, infelizmente, isso ainda é verdade, mas o que muda em 2025 é o que o nutricionista pode fazer para alterar esse destino.
As novas Diretrizes Globais da International Diabetes Federation (IDF, 2025) reforçam que as doenças cardiovasculares (DCV) continuam sendo a principal causa de morte entre pessoas com diabetes tipo 2.
Pela primeira vez, o documento coloca a intervenção nutricional estruturada como pilar do manejo global, com o mesmo peso que o tratamento farmacológico.
Ou seja, o nutricionista deixou de ser coadjuvante. Agora, é protagonista.
Sumario:
Por que o Risco Cardiovascular é tão alto no Diabetes Tipo 2
Segundo a IDF (2025):
- Pacientes com diabetes tipo 2 têm risco de 2 a 4 vezes maior de desenvolver doença arterial coronariana, AVC e insuficiência cardíaca.
- O controle glicêmico isolado não é suficiente, o foco deve estar em controle metabólico global, com atenção à pressão arterial, lipídios, peso corporal, sono e hábitos alimentares.
- Mais de 50% das mortes por diabetes estão ligadas a complicações cardiovasculares, e essas taxas caem drasticamente quando o paciente adere a mudanças sustentadas de estilo de vida.
Para a IDF, prevenir DCV é prevenir diabetes mal controlado, e essa é, literalmente, a zona de impacto do nutricionista.
O que a Diretriz IDF 2025 recomenda e que muda o jogo na Nutrição Clínica
Nutrição como base do tratamento (não como coadjuvante)
A alimentação passa a ser classificada como “intervenção terapêutica estruturada”, não apenas recomendação geral.
A IDF defende protocolos individualizados de nutrição baseados em:
- Redução de açúcares livres e gorduras saturadas
- Maior consumo de fibras, vegetais e alimentos minimamente processados
- Padrões como o Mediterrâneo e o DASH adaptado ao diabetes
Controle metabólico integrado: A meta ABC Targets
A diretriz reforça o conceito de “ABC targets”, metas combinadas para A1c, Blood Pressure e Cholesterol:
- A (HbA1c) < 7% (individualizar)
- B (Blood Pressure/Pressão Arterial) < 130/80 mmHg
- C (Cholesterol/LDL) < 70 mg/dL para pacientes com risco cardiovascular alto
Esses três números definem o sucesso do tratamento.
Avaliação de risco cardiovascular contínua
A IDF recomenda avaliar risco cardiovascular global pelo menos uma vez ao ano em todos os pacientes com DM 2.
O nutricionista deve acompanhar alterações de peso, circunferência abdominal, perfil lipídico, pressão arterial e função renal, e agir preventivamente.
Proteção do coração e dos rins anda junto
Pacientes com albuminúria, DRC inicial ou história familiar de doença renal devem seguir protocolos de dieta nefroprotetora e cardioprotetora.
A nutrição deve equilibrar proteína, potássio e sódio conforme função renal e uso de fármacos (como IECA, BRA ou SGLT-2 inibidores).
Foco em adesão e acompanhamento de longo prazo
A IDF reconhece que não há benefício sem adesão.
O acompanhamento nutricional contínuo é o que traduz diretriz em resultado.
E isso exige metodologia, ferramentas de adesão e educação alimentar estruturada.
O que o Nutricionista precisa fazer a partir de agora
Para se alinhar às Diretrizes IDF 2025 e atuar como protagonista no manejo do diabetes e DCV, o nutricionista deve:
- Rever protocolos: inclua metas combinadas (glicemia, PA e lipídios) como indicadores de sucesso.
- Atuar junto à equipe médica: alinhe condutas em torno da proteção cardiovascular.
- Usar linguagem de risco: explique ao paciente por que controlar a alimentação salva o coração, não apenas o peso.
- Registrar evolução: documente os resultados em marcadores clínicos e comportamentais.
- Especializar-se: a diretriz é técnica, exige domínio em metabolismo, farmaconutrição e inflamação crônica.
Conclusão: A nutrição é o tratamento mais subestimado para o coração diabético
O que a IDF 2025 deixa claro é que o nutricionista pode ser o elo que muda o prognóstico cardiovascular de quem vive com diabetes.
Ser atualizado, compreender a base fisiopatológica, integrar nutrição com tratamento farmacológico e acompanhar com método são as novas exigências do cuidado moderno.
E quem domina isso não apenas melhora o desfecho clínico dos pacientes, transforma sua carreira.
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