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14 de outubro, 2025

Hipertensão em pessoas com diabetes: o que muda com as diretrizes de 2025 e como o nutricionista pode agir.

Imagine atender um paciente com diabetes tipo 2 que apresenta pressão arterial de 136/84 mmHg. Antes, esse valor poderia não gerar tanta preocupação. Agora, com as novas diretrizes da American Heart Association (AHA) e do American College of Cardiology (ACC), 2025, ele já acende um alerta importante.

Essas atualizações reforçam que o controle da pressão arterial deve começar cedo e ser mais rigoroso em pacientes com diabetes, pois o risco cardiovascular e renal é muito maior.

E aqui entra o papel essencial do nutricionista: atuar de forma ativa, estratégica e baseada em evidências para evitar que o paciente evolua para complicações graves.

Por que o tema voltou aos holofotes: Hipertensão e Diabetes

O documento de 2025 reafirma o ponto crítico: a meta geral de pressão arterial é < 130/80 mmHg para adultos.

Para pessoas com diabetes, essa meta se mantém, mas com ênfase em individualização e segurança clínica (evitando hipotensão, por exemplo).

O novo cálculo de risco cardiovascular de 10 anos, o PREVENT, substitui a antiga Pooled Cohort Equation. No entanto, ele não se aplica a quem já tem diabetes, pois esses pacientes já são automaticamente classificados como de alto risco.

Em outras palavras: quem tem diabetes precisa intervir antes, de forma mais estruturada e integrada, e isso inclui a nutrição como ferramenta terapêutica de primeira linha.

Principais Pontos das Diretrizes AHA/ACC 2025

Meta pressórica: foco na individualização

< 130/80 mmHg é o alvo para a maioria dos adultos, inclusive os com diabetes tipo 2.

A meta deve ser ajustada caso o paciente apresente fragilidade, hipotensão sintomática ou comorbidades graves.

Início precoce do tratamento: ação imediata

Pacientes com diabetes e pressão ≥ 130/80 mmHg já devem receber intervenção intensiva de estilo de vida e, se necessário, tratamento farmacológico precoce.

A decisão não depende do cálculo de risco, o diagnóstico de diabetes já define o alto risco.

Abordagem multifatorial: Nutrição como primeira linha

A diretriz reforça o impacto combinado de nutrição, controle de peso, redução do sódio, atividade física regular, sono e manejo do estresse.

A alimentação baseada em padrões **DASH ou Mediterrâneo** mostrou melhor controle da PA, melhora da sensibilidade à insulina e proteção renal.

Proteção renal e cardiovascular: integração terapêutica

Em pacientes com albuminúria ou doença renal crônica, o uso de IECA ou BRA é prioritário.

A nutrição deve integrar-se a essa estratégia, ajustando proteína, potássio e sódio conforme função renal e medicamentos.

Monitorização contínua: detecção de riscos

O controle domiciliar da pressão (HBPM) e a monitorização ambulatorial (MAPA) são recomendados para detectar hipertensão mascarada ou padrões noturnos alterados, comuns no diabetes.

Como o Nutricionista Transforma essa Ciência em Prática

As diretrizes são claras. Mas como o profissional de nutrição aplica esse conhecimento no dia a dia do consultório ou clínica?

Avalie com profundidade

Vá além da glicemia e do IMC. Inclua pressão arterial, função renal, padrão alimentar e histórico familiar.

Monte planos com propósito clínico

Construa o plano alimentar com metas de PA, HbA1c, perfil lipídico e adesão alimentar.

  • Reduza o sódio (preferencialmente < 2 g/dia).
  • Estimule o consumo de frutas, verduras, leguminosas e grãos integrais.
  • Oriente sobre álcool, cafeína e ultraprocessados, todos reconhecidos pela AHA como fatores de elevação pressórica.

Acompanhe e mensure resultados

Faça reavaliações a cada 4–6 semanas, registre PA, adesão e mudanças de comportamento.

Use diários alimentares, aplicativos de monitoramento e feedback em tempo real.

Atue em equipe

Trabalhe com o médico e o educador físico: a diretriz 2025 valoriza o *team-based care*, ou seja, cuidado coordenado entre profissionais.

Comunique-se com evidência

Mostre ao paciente e à equipe que mudanças alimentares não são opcionais, são parte do tratamento, com impacto comprovado em prevenção de AVC, infarto e nefropatia diabética.

O Que Muda na Prática Profissional

Essas novas metas exigem que o nutricionista assuma um papel mais ativo e técnico, integrando:

  1. Acompanhamento clínico com dados reais;
  2. Estratégias personalizadas para adesão;
  3. Comunicação interdisciplinar e científica.

Quem domina esse campo não apenas melhora desfechos clínicos, conquista autoridade e se diferencia no mercado.

Conclusão: Cuidar da Pressão é Cuidar de Todo o Paciente

A diretriz AHA/ACC 2025 não trouxe apenas números novos, ela trouxe um chamado à ação. E o nutricionista é parte fundamental dessa resposta.

Controlar a pressão em quem tem diabetes é proteger coração, rins e cérebro, e, principalmente, devolver qualidade de vida.

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Fonte: AHA/ACC 2025 Guideline for the Prevention, Detection, Evaluation, and Management of High Blood Pressure in Adults.

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